quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Desapropriação milionária ou conveniência?

“Fazer o cálculo foi melhor. Se houvesse uma nova perícia poderia ter o valor do terreno mais alto”. Assim o procurador jurídico da prefeitura se justificou para o pagamento de “acordo” de um terreno em litígio desde 1998, de propriedade do deputado Adriano Diogo (PT), na Praia de Boiçucanga.
Argumentou que já havia laudos periciais determinando o valor de R$ 247,00/m²em 2003 e então, fazendo atualização monetária e somada aos débitos judiciais determinados pelo Tribunal de Justiça alcançando-se o valor de R$ 830 mil.
Há uma contradição conceitual nessa versão; avaliação segundo a NBR 14653-I, é a atividade que envolve a determinação técnica do valor quantitativo, qualitativo ou monetário de um bem ou de seus rendimentos, gravames, frutos, direitos, seguros, ou de um empreendimento, para uma data e um lugar determinado; é ainda definido como avaliação de bens a análise técnica para identificar o valor de um bem, de seus custos, frutos e direitos, assim como determinar indicadores da viabilidade de sua utilização econômica, para uma determinada finalidade, situação e data.
Inadmissível pegar-se uma avaliação técnica, ainda que executada dentro de parâmetros corretos, e utilizá-la, com simples atualização monetária, oito anos depois. Houve vários fatores que alteraram a finalidade, situação e data do imóvel do deputado; o procurador justifica que o imóvel é “pé na areia” e situa-se de frente ao local onde será erigido um hospital. Isso depreciará ou elevará o valor de mercado? O dinheiro público não pode ser gasto levianamente e sem embasamento técnico.
O prefeito apregoou de costa a costa, que elementos contra a cidade, contra a construção do hospital, procuravam “pêlo em ovo” supervalorizando o imóvel escolhido para construção do hospital na costa sul, ainda em litígio, e que o valor correto para a desapropriação do terreno, não poderia ser maior que um milhão e meio; sabe-se que houve trabalho técnico para embasamento deste valor e, portanto utilizável como parâmetro para a prefeitura, através de seu procurador, fazer qualquer acordo. Temos este trabalho em mãos e ali é determinado um valor unitário por metro quadrado próximo a R$ 425,00/m².
Se adotado e multiplicá-lo pela área do terreno do deputado (860,0m²) chegaremos ao total de R$ 365.500,00, muito inferior ao valor “acordado”; talvez seja leviandade apropriar-se deste valor unitário, mas a simples existência deste documento interno, já mereceria botar “as barbas de molho” e uma melhor avaliação do valor acordado. Existem motivos de sobra para não fechar-se a desapropriação do terreno pelos R$ 830mil acordados.
Mais interessante ainda á a conclusão que o fato determina: se o valor do metro quadro é aquele adotado pelo procurador, por qual motivo a PMSS não aceitou o pagamento do valor pleiteado pelo proprietário do terreno do “hospital”, ou seja, em torno de R$ 3.500.00,00. Brigas, desculpas e justificativas desnecessárias atrasaram a construção do hospital (ainda que saibamos que não há um real sequer para isso), protelando promessa de campanha e ainda de modo vil, acusando aqueles que querem ser também beneficiados pela valorização de seu patrimônio (o terreno).
Ainda que a prefeitura, através de seu procurador, pense assim, não seguimos seu raciocínio; achamos que qualquer desapropriação deve ser feita com justiça e embasada tecnicamente por trabalho profissional, determinando o gasto do dinheiro público com eficiência, respeito e com probidade administrativa, sem vantagem para qualquer dos lados.
Se houvesse avaliação técnica, não ficaríamos no “achismo”, tampouco o procurador precisaria justificar-se pelo gasto excessivo em uma simples desapropriação, mesmo sendo o agraciado um político apoiador da campanha do prefeito Ernane.

9 comentários:

  1. Dia sim e dia sim tambem, lemos e sabemos de fatos suspeitos nesta administração. Corrupção, dificuldades e facilidades, conluios e tantas outras "falhas de caráter" vem sendo cometidas pelos auxiliares do prefeito. A falta de atitude para estancar estes arroubos (e roubos) comprova seu conluio. Tiste constatação da falta de vergonha dos políticos de nosso município.

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  2. Provavelmente já perceberam que não precisam fazer força para uma possível reeleição, pois
    dificilmente isso vai acontecer.
    Então de posse dessa percepção irão aproveitar
    o máximo que puderem, até o pote secar, até a última gota, até o último dia de seus mandatos.
    Assim como fizeram Juan e sua trupe !!!!!!!!!!
    Só mudaram os personagens dessa triste história de uma cidade chamada São Sebastião.

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  3. Caro anônimo:
    Infelizmente esta tambem é a nossa percepção, mas diferentemente da gangue do Juan, a do Ernane está com mais sede e pressa em sugar o pote. Pelo andar da carruagem o pote secará muito antes do previsto e nosso município arcará com esta rapinagem. Seria simples se tivessemos fiscais do povo em vigilância (os verreadores), mas coadunam-se com o executivo e viva a roubalheira. No que depender de nós, continuaremos demonstrando a qualidade de nossos servidores públicos e os descuidos dos mesmos.

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  4. Quando se falar em SERVIDORES PÚBLICO deve-se separar o joio do trigo, ha servidores que merecem ser respeitado, são capacitados, que se dedicam, que buscam soluções, que exerce sua função com dignidade, que não concorda com os acertos, que denúncia, e que é perseguido pelos servidores (com QI) que ocupam cargos de confiaça do Prefeito e participam desta pilantragem que se instalou em nossa Cidade a décadas e a cada mandato que passa fica pior. Estes supostos Servidores são ladrões, oportunistas, corruptos e continuam em suas funções com o aval do Executivo ou do Legislativo que muitas vezes é quem indica.

    Graças aos verdadeiros SERVIDORES muitas destas denúncias vem a público.

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  5. Prezado Servidor Público:
    Nós somos os primeiros a reconhecer a qualidade de inúmeros servidores públicos que carregam nas costas (literalmente) a prefeitura municipal. Concordamos, em gênero e grau, com sua ponderação e sabemos existir inúmeros servidors corruptos e uma infinidade de pessoas honestas e integras. É por causa destas e da pobre população de São Sebastião que surgimos e nos insurgimos contra estes desmandos e ladrões investidos de servidores públicos. O maior culpado é a indicação sem critério técnico e apenas o QI (quem indica) alto. Em momento algum misturamos o joio e o trigo, sabemos ser necessário esta separação. E de fato, é por causa de servidores sérios, que nosso site é abastecido. Há muito medo entre os servidores de apontar o roubo e desvio em diversas formas de nosso dinheiro. É preciso insurgir-se contra estes desmandos que conforme diz, se perpetua há muitas gestões. Podemos mudar isso. Siga conosco, sonhe uma cidade melhor. É possivel e viável.

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  6. Pergunta que não quer calar !!!!
    Tendo em vista tantas denúncias, porque os
    vereadores eleitos não estão cumprindo sua
    função fiscalizadora ????
    O que imaginam ganhar com tanta omissão ???????

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  7. Resposta simples e objetiva: nossos nobres edis não se pronunciam porque dividem o bolo. Alguns com muito ganância, outros (as)com pouquíssima fome. Não cumprem seu papel por isso. Alguns acusam o prefeito de superfaturar obras e depois de "conversas ao pé do ouvido" esquecem suas acusações e se omitem destas e de outras tambem.
    O que imaginam ganhar com tanta omissão? Simples. Dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. No futuro votos de uma população sem qualquer memória.

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  8. Quero parabenizar este site pela coragem de mostrar toda sujeira que está no nosso município. Infelizmente, toda a esperança que tinha na "administração mãos limpas" acabou a muito tempo. Este grupo com certeza nunca mais se elegerão... Que Deus nos acuda porque, camara municipal.... poder judiciário....coitados estão todos cegos...MAS DEUS NÃO.....

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  9. piores que os ladrões tubarões são os fiscais de obras dessa prefeitura de são sebastião...plantas são aprovadas depois de 1 ano após serem subornados...vergonha!!!

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